domingo, 13 de abril de 2014

Desabafo (releituras)

Meu pensamento trabalha silenciosamente com a mesma doçura duma máquina untada que se move sem fazer quaisquer barulhos.
Nesse momento sinto-me bem e ponho-me imóvel para não acabar com o equilíbrio que me faz tê-lo desse modo.
Sinto que nesses momentos meu pensamento fica mais claro, sem freios, sem brechas.
Quando entro em meus pensamentos e tudo é silêncio, eles têm pra mim a verdadeira estrutura da alma.
Sinto-me feliz por haver tanta coisa que não compreendo e ponho-me a sonhar.
Um cérebro a sonhar é o mesmo que pensa e os sonhos não podem ser incoerentes por que não passam de pensamentos como qualquer outro.
E durante alguns desses, alegra-me às vezes, mesmo que passageiramente pensar que hei de morrer.
Não sei se alma no além vive e eu quero morrer! Só assim eu posso esquecer.
A terra já é sem vida e nada mais vive que um coração.
Morta eu já estava ao seu lado, triste de quem, por si mesmo, precisa ser enganado.
Entreguei-te os meus melhores pensamentos e o coração... E que tratos tu lhes deste!
Bem, talvez por já estar estragado é que ainda não me devolveste?
Ontem a noite meu pensamento voou triste e com um vento levou pra ti um longo suspiro e tu bem sabes quem te enviou.
Nas últimas noites tenho ouvido ecos na alma que não podes me amar.
Sei que tiveste um coração aos teus pés e para ele não olhaste. Esse foi meu coração, que tudo sentiu sem nada ter...
Vai alto meu pensamento e não sei mais em que acreditar.
Tu me faltaste, mesmo quando vieste.
Meu Deus! Como se enegreceu meu coração!
Mas assim passeio pela vida, e quem é que não teve uma desilusão?
Cintia B. Trindade (Meus escritos 05-08-2012)

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